COMO MANTER A SAÚDE DO REBANHO
OTTO DE SÁ,C. & SÁ,J.L.
A morbidade e a mortalidade somente serão altas em um rebanho se ele não for cuidadosamente observado todos os dias e se as suas necessidades básicas não forem atendidas. Um bom criador identifica qualquer anormalidade que ocorra e busca soluções para que não aconteça novamente. Preservar a saúde do rebanho significa planejar para minimizar os riscos e saber o que deve ser feito nos casos em que apesar da proteção e prevenção, o rebanho necessite de tratamento.
REGRAS BÁSICAS PARA SE TER UM REBANHO SAUDÁVEL
Prevenir as doenças é melhor do que trata-las.
Um rebanho bem nutrido e criado em um ambiente adequado é mais resistente a doenças e parasitas do que um rebanho mal alimentado em condições ambientais desfavoráveis.
Quando um animal é comprado, junto com ele novas doenças podem ter sido adquiridas. Portanto, os cuidados na escolha de animais de outros rebanhos e o período de isolamento e observação são fundamentais.
O controle de doenças que possam ocorrer é mais fácil, se existir um local apropriado e isolado dos animais sadios para se fazer o diagnóstico e o tratamento adequado dos doentes.
A assistência de um veterinário especializado em saúde de rebanhos é importante para planejar e manter um programa de controle de doenças.
PRÁTICAS SANITÁRIAS PARA MANTER A SAÚDE DO REBANHO
Oferecer água limpa e evitar que os bebedouros sejam contaminados com fezes. O interessante é utilizar bóias.
Os comedouros devem ser construídos de forma que os animais não consigam colocar as patas ou contaminar o alimento com fezes. O feno e/ou a silagem nunca devem ser colocados diretamente no chão. A silagem só deve ser retirada do silo no momento do fornecimento, sendo que as sobras não devem permanecer por muito tempo nos cochos.
Antes dos partos as instalações devem ser desinfetadas com produtos químicos ou lança-chamas (paredes ou piso de alvenaria).
Evitar o contato dos animais sadios com os doentes. Não colocar ovinos saudáveis em instalações destinadas para os animais doentes.
Tosquiar os animais em locais limpos e desinfetar ferimentos causados pela tesoura ou pelos cortantes.
O material utilizado para corte de cauda deve ser extremamente limpo e a ferida deve ser tratada com pomadas cicatrizantes e repelentes até a completa cicatrização.
Esterilizar agulhas utilizadas em vacinação e desverminação.
No tratamento de miíases (bicheiras), tosquiar a área afetada, retirar as larvas e utilizar produtos cicatrizantes e repelentes. A simples aplicação de spray sem limpar a ferida, dificulta a cicatrização e permite infecções.
Evitar que os ovinos tenham acesso a esterqueiras ou locais onde as fezes ficam armazenadas.
No auxílio a partos procurar lavar bem a mão e desinfetar com uma solução fraca de iodo.
O umbigo dos cordeiros deve ser cauterizado com iodo a 10%. Spray não é eficiente para evitar as infecções que podem ocorrer.
Os cascos devem ser cortados periodicamente para evitar o acúmulo de sujidades e problemas de aprumo.
Utilizar piso ripado em apriscos e drenar locais úmidos para evitar problemas de casco.
Evitar ao máximo o tráfego de pessoas e veículos de outras regiões e propriedades.
Não permitir a entrada de ovinos de outras propriedades. Quando forem adquiridos respeitar o período de quarentena.
Observar os animais do rebanho todos os dias. Identificar qualquer anormalidade precocemente é fundamental para evitar prejuízos causados pelas doenças que afetam os ovinos.
Não realizar tratamentos baseados em suposições. O problema deve ser diagnosticado para que o animal receba a medicação correta. Evitar usar de forma indiscriminada, vermífugos e antibióticos.
Seguir a tabela de vacinação recomendada para cada região.
Realizar o controle da verminose através de coletas e exames de fezes.