Cura na visão espírita

 

O que é saúde e o que é doença à luz da doutrina espírita?

Doença e saúde se referem ao estado em que se encontram as pessoas
e não ao estado de órgãos ou partes do corpo.
O corpo físico nunca está só doente ou só saudável, já que nele se expressam realmente as informações da consciência.
O corpo de um ser humano vivo deve seu funcionamento ao espírito que o habita. 
Quando as várias funções corporais se desenvolvem em conjunto dentro de uma harmonia, ele se encontra num estado que denominamos de saúde.
Se uma função falha, ela compromete a harmonia do todo e então falamos que ele se encontra em um estado de doença. A doença é a perda relativa da harmonia.

Essa perturbação da harmonia acontece à nível de consciência, que é a parte espiritual do ser, enquanto o corpo é a forma de apresentação dessa desarmonia.
O nosso “não consciente” envia mensagens ao nosso “consciente”, sob a forma de tensões ou sofrimentos físicos e emocionais. Procurando “silenciar” essa tentativa de comunicação, utilizamos medicamentos para acabar com os sintomas, sem perceber o que gerou os mesmos.
Para se dar conta de onde está situada a causa inicial, médicos e pacientes
precisam aprender não apenas a perceber o que é visível na luz, mas também
identificar o que está escondido na sombra.
Por que médicos e pacientes precisam aprender a perceber onde está a causa inicial?
Médicos porque têm o papel de orientar.
Se não souberem a causa, irão tratar apenas a consequência.
Pacientes porque são os principais interessados e responsáveis por sua cura.

 

Origem da desarmonia no perispírita

Sabemos todos que o perispírito:
É preexistente e sobrevivente à morte do corpo material, transmitindo suas vontades ao corpo físico e as impressões do corpo físico ao espírito;
Que o envoltório carnal se modela e as células se agrupam de acordo com a forma perispiritual;
Que as qualidades ou defeitos, faltas, abusos e vícios de existências passadas registrados no perispírito reaparecem no corpo físico como enfermidades e moléstias.
Inúmeras almas já renascem “adoecidas”, ou seja, com os componentes
psíquicos enfermiços. Em grande parte dos casos o componente inicial
dessa enfermidade é a falta de auto-amor.
O amar a si mesmo ainda é uma lição que todos temos que aprender. Muitas reencarnações têm como objetivo precípuo restabelecer o desejo de viver e recuperar a alegria de sentir-se em paz. Uma conseqüência da falta do auto-amor é a depressão.

O que é depressão?
 

Como se pode conceituar depressão à luz do conhecimento espírita?
Depressão é cansaço de viver, é não aceitar a vida como ela é.
É a “doença prisão” que cassa a liberdade da criatura rebelde, viciada em ter seus caprichos atendidos.
É uma intimação de leis da vida convocando a alma a mudanças inadiáveis.
Em tese, depressão é a reação da alma que não aceitou sua realidade pessoal como ela é, estabelecendo um desajuste interior que a incapacita para viver plenamente.
No capítulo “Receituário oportuno” do livro “Escutando os Sentimentos” de Wanderley S. de Oliveira, Ermance Dufaux nos diz ser necessário ingerir três medicações com freqüência:
1. Acreditar que merece a felicidade, assim como todos os seres humanos (ser feliz é contentar-se com o que se é, sem que isso signifique estacionar; é o amor a si);
2. Parar de encontrar motivos externos para suas dores, encontrando-lhes as causas íntimas (dentro de cada um está a cura para todos os seus males);
3. Parar de pensar em felicidade para depois da morte e tentar ser feliz ainda em
vida (a felicidade resulta da habilidade de consolidar o sentido da vida a partir
do “olhar de impermanência”).

As emoções e os chakras
 

Sabemos quando a consciência de uma pessoa está desequilibrada, pois a mesma torna visível e palpável na forma de sintomas físicos ou psicológicos o seu desequilíbrio. Existem desarmonias registradas a nível perispiritual.
É o ser humano que está doente (espírito) e não o seu corpo físico.
Como os chakras fornecem energia sutil aos diversos órgãos do corpo, os bloqueios e conflitos emocionais podem resultar num fluxo energético anormal para diversos sistemas fisiológicos. Com o tempo, esses fluxos anormais de energia podem produzir doenças de maior ou menor gravidade em qualquer órgão do corpo.
O stress emocional é um importante fator no processo de produção das doenças.
Os conflitos emocionais, os sentimentos de impotência e a falta de amor por si
próprio podem ter efeitos nocivos sobre o funcionamento dos principais chakras.
A falta de amor a si ou auto-imagem ruim pode causar bloqueio no chakra cardíaco, o qual afeta o funcionamento do timo, debilitando o sistema imunológico. Também pode afetar os pulmões contribuindo para as doenças respiratórias.
A forma inadequada de expressar verbalmente o que sente ou a não expressão verbal dos sentimentos internos pode interferir na função do chakra laríngeo. Essa pode ser a causa de muitos casos de amigdalites ou transtornos de tireóide.
Nossas doenças são freqüentemente um reflexo simbólico dos nossos estados internos de intranqüilidade emocional, bloqueio espiritual e desconforto. Isso sugere que a prescrição de medicamentos de efeito rápido, que aliviem apenas temporariamente os sintomas agudos da doença, não é a solução ideal para minorar os problemas do paciente, dentro de uma perspectiva reencarnacionista.
A medicina do futuro deverá ensinar os pacientes a reconhecerem os fatores emocionais e energéticos sutis que podem predispô-los a determinados estados mórbidos. Assim, terá mais facilidade em detectar disfunções nos chakras,
corpos emocional, etérico e mental.

 

Hereditariedade

Por que ficamos doentes se aparentemente fazemos tudo certo?
A hereditariedade existe, mas os registros no perispírito, das experiências passadas da alma (psíquico, intelectual, profissional, moral e emocional), determinam a formação dos órgãos no novo corpo material. A hereditariedade reflete a aproximação por afinidades vibratórias entre os membros de uma mesma família.
Na fecundação, o gameta masculino vitorioso está impulsionado pela energia do perispírito do reencarnante que encontrou nele os fatores genéticos necessários para a programação reencarnatória. Os códigos genéticos da hereditariedade, em consonância com o conteúdo vibratório dos registros, vão organizando o corpo físico.
As enfermidades graves decorrem de faltas passadas e contribuem para o aprendizado, reparação e restauração dos atos inadequados, além da elevação da alma.
Certos acontecimentos e doenças são permitidas pelo plano espiritual para estimular o espírito a cumprir compromissos com a sua jornada evolutiva.
Assim, enfermidades ou acidentes inesperados, carência afetiva, dificuldades econômicas, são meios utilizados para despertar da anestesia da ilusão ou da intoxicação do orgulho, egoísmo, cólera, etc, a que muitos se submetem .
Tabaco, álcool, drogas, excesso no sexo e na alimentação, são de livre opção atual, não incursos originalmente no processo evolutivo de ninguém.
Quem a qualquer deles se vincula, colherá o efeito prejudicial, não se podendo queixar ou aguardar solução de emergência.

 

Energia vital.
Como equilibrá-la?

Do ponto de vista energético, o corpo físico debilitado oscila numa frequência diferente daquela quando em estado saudável.
Quando a pessoa é incapaz de alterar o seu modo energético para a freqüência adequada, talvez seja necessário aplicar-lhe certa dose de energia sutil, o que pode  fazer com que seus sistemas bioenergéticos passem a vibrar de forma apropriada.
Existem formas de tratamento que interagem também com a energia do ser
humano como a acupuntura, a homeopatia, a antroposofia, a cromoterapia,
os florais, os fatores de auto-organização, os elixires de pedras preciosas, o passe magnético, a prece, a água fluída, etc.
No entanto, a medicina não deve ter como foco apenas o tratamento do corpo,
pois dessa forma não obterá a cura, mas apenas a melhora dos sintomas.
O ideal é que se possa detectar as doenças num estágio suficientemente precoce
para impedir a manifestação física da doença em nível celular.
A doença é o caminho pelo qual o ser humano pode seguir rumo à cura. Quanto maior for nossa compreensão, maior nosso aproveitamento das coisas que nos cercam.
A cura acontece através da incorporação daquilo que está faltando e, portanto,
ela não é possível sem uma expansão da consciência.

 

Responsabilidades de médico e paciente no processo de cura.
Papel do espiritismo.

 
O princípio mais importante para a medicina que trabalha com as vibrações é o conceito de que os seres humanos são sistemas dinâmicos de energia, refletindo padrões evolutivos do crescimento da alma.
O médico não deve ser apenas um agente promotor da cura, mas também um educador. No entanto, o paciente é o principal responsável pela sua cura.
É muito mais fácil tomar um comprimido que proporcione um rápido “conserto”
do organismo, do que modificar os hábitos potencialmente insalubres que possam contribuir para o problema da saúde.
Cada ser humano é responsável pela busca do seu equilíbrio e da sua harmonia.
O espiritismo auxilia no tratamento da consciência humana, lhe apresentando
novos valores, educando o espírito.
Muitos pacientes só adotam hábitos mais saudáveis após algum acontecimento traumático ou o diagnóstico de uma doença grave.
O médico do futuro combinará o conhecimento científico e o conhecimento
espiritual a fim de promover a cura em todos os níveis.

 

 

José Carlos Pereira Jotz